Os 25 melhores filmes de horror de todos os tempos

Seguindo a sugestão da leitora Carol nos comentários do post “Os melhores filmes de horror do ano”, reproduzo desta vez a lista dos 25 maiores filmes do gênero de todos os tempos, segundo o crítico de cinema da revista “Time”, Richard Corliss, que fez algumas escolhas polêmicas. Não se trata de um ranking, a lista, publicada originalmente em 2007, traz as produções de acordo com seu ano de lançamento.

Todo Mundo Quase Morto (2004)
Para Corliss, após uma era de decadência no gênero, com refilmagens e falta de criatividade, era chegada a hora de uma paródia. E Shaun of the Dead é “assustador, bobo e muuuito esperto”.

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Dragão Vermelho (2002)
O crítico da “Time” acha O Silêncio dos Inocentes uma adaptação competente porém “pálida” do livro de Thomas Harris. Já Hannibal é “arrepiante” mas Corliss estabeleceu que sua lista não teria mais de um filme de um mesmo diretor (no caso, Ridley Scott, que aparecerá mais à frente com Alien). Então como não dava pra ignorar o Dr. Lecter, eleito o maior vilão do cinema americano pelo American Film Institute, sobrou o longa dirigido em 2002 por Brett Ratner (mesmo diretor de X-Men 3 e A Hora do Rush).

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Audition (1999)
O longa de Takashi Miike inspirou a onda dos chamados torture porns americanos (Jogos Mortais e O Albergue), mas não busca o choque fácil com o gore. Nas palavras de Corliss: “Os filmes de Miike vivem dentro de seus personagens, sendo guiados pelos seus anseios, suas ambições ridículas buscadas de forma obsessiva e sua necessidade de experimentar o extremo apenas para provar que estão vivos”.

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Fome Animal (1992)
“Diversão descomedida sobre amor maternal, abuso infantil e órgãos, que não estão onde deveriam”. Este é o veredito do crítico para o 3º longa do neozelandês Peter Jackson, até então conhecido por seus filmes trash que unem humor e escatologia. Anos mais tarde, Jackson faria a trilogia O Senhor dos Anéis e ganharia o Oscar.

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Campo 731: Bactérias – A Maldade Humana (1988)
Filme extremo, na tradição do italiano Holocausto Canibal, o chinês Campo 731 recria de forma chocante e explícita os experimentos, que segundo consta ocorreram de fato, do cientista Shiro Ishi, uma espécie de Mengele japonês, com cobaias humanas na China ocupada pelos nipônicos nas décadas de 1930 e 1940.

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A Mosca (1986)
David Cronenberg refez o clássico A Mosca da Cabeça Branca (1958) e transformou a história, na opinião de Corliss, numa metáfora a todas as doenças degenerativas (Aids, câncer, Alzheimer), sem se esquecer de cenas com efeitos especiais grotescos.

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Alien – O 8º Passageiro (1979)
“Thriller de ficção científica, belamente desenhado, ritmado de forma sinfônica” que se tornou o “filme de monstro ideal”.

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Halloween (1978)
Corliss lembra a genialidade da abertura do filme de John Carpenter, sob o ponto de vista do jovem Michael Myers, para cravar, “sem brincadeira: é uma obra-prima”.

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Carrie – A Estranha (1976)
“Brian De Palma transformou o primeiro romance de Stephen King em um apocalipse menstrual.”

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Tubarão (1975)
“As filmagens foram um desastre (…) Mas o diretor de 28 anos Steven Spielberg (e a editora Verna Fields) criaram um manual de suspense e choque cinemáticos a partir do livro de Peter Benchley, que não passava de uma leitura divertida e descartável”.

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O Massacre da Serra Elétrica (1974)
“Dentre todos os filmes de horror regionais do período (Banquete de Sangue, A Noite dos Mortos-Vivos e o longa de Wes Craven Aniversário Macabro) este é o mais bem acabado, com um estilo visual controlado de forma soberba, e uma trilha sonora eletrônica que soa como gritos do inferno. Também é o mais impiedoso.”

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O Exorcista (1973)
“Numa década com filmes de horror classe A, este de William Friedkin foi honrado com 10 indicações ao Oscar, vencendo pelo roteiro de William Peter Blatty. Mas é melhor que isso: uma história de alma assombrada com magníficos efeitos de maquiagem do lendário Dick Smith (Pequeno Grande Homem, O Poderoso Chefão, Taxi Driver e Scanners).”

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A Noite dos Mortos-Vivos (1968)
“Pode um filme de terror ser tão louco quanto seus monstros? Essa foi a sensação que o público teve ao ver o clássico de George A. Romero pela primeira vez. (…) O diretor ainda quebrou uma das poucas regras do gênero que restavam: crianças não comem seus pais. Depois de A Noite dos Mortos-Vivos, nenhuma norma social estava segura.”

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Banquete de Sangue (1963)
“Se você procura pela fonte do gore no cinema, procure por este filme.”

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A Máscara de Satã (1960)
“O primeiro filme de Mario Bava deu origem a uma enxurrada de produções góticas italianas e, uma década mais tarde, aos slasher locais, os gialli, que construíram as reputações cult de cineastas como Dario Argento e Lucio Fulci.”

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Psicose (1960)
“Alfred Hitchcock não apenas expandiu o assassinato no chuveiro descrito no livro de Robert Bloch, transformando a cena em uma obra-prima de edição, também definiu novas regras para o gênero. E foi além, ditou que as regras antigas não mais valiam.”

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A Tortura do Medo (1960)
“O diretor Michael Powell praticamente acabou com sua carreira ao filmar essa história sobre um psicopata sexual (…). Mas A Tortura do Medo permanece como uma das mais íntimas parábolas sobre a relação entre os voyeurs na plateia – que seriam todos nós – e as imagens sinistras que nos proporcionam prazer.”

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Vampiros de Almas (1956)
“O longa foi refilmado 3 vezes, mas a versão de Don Siegel é a mais simples, a mais esperta e a mais assustadora”.

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As Diabólicas (1955)
“Frio, incomparável exercício em como colocar os nervos à flor da pele, dirigido por Henri Georges-Clouzot.”

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Bambi (1942)
“Os primeiros longas da Disney exploravam traumas de infância. Crianças ficavam tão aterrorizadas por estes filmes que se urinavam nos cinemas. Bambi, dirigido por David Hand, tem um choque primitivo que ainda assombra pessoas que o viram há 40, 50, 65 anos.”

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Monstros (1932)
“Tod Browning dirigiu muitos filmes sobre o grotesco (incluindo o Drácula de Lugosi e 10 longas com Lon Chaney) mas este ainda provoca polêmica – não porque seu horror é artístico, mas porque seus monstros são reais.”

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Frankenstein (1931)
“Esta versão do romance de Mary Shelley mantém seu glamour e poder, sua pungência e perspicácia demente.”

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O Fantasma da Ópera (1925)
“O pródigo pesadelo subterrâneo do diretor Rupert Julian é um tributo à arte e ao masoquismo de Lon Chaney, ‘o homem das mil faces’, que enfrentava dores extraordinárias para assustar audiências e desaparecer nos tristes corações de personagens como Quasimodo – de O Corcunda de Notre Dame (1923) – e o fantasma.”

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Nosferatu (1922)
“O primeiro grande filme de horror, que lança uma sombra longa e angular sobre a história do cinema.”

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A Chegada do Trem à Cidade (1896)
O simples registro em película do evento descrito no título pode ser considerado o primeiro filme de terror. “É dito que os espectadores em Paris viram o trem vindo em direção da tela e, por acreditarem que ele iria invadir o auditório, fugiram aos gritos. Verdade ou não, a história exemplifica o poder que a mídia iria exercer sobre seu público.”

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Em breve num cinema perto de você

O Toscorama presta um serviço de utilidade pública e dá algumas dicas de filmes bem curiosos que devem chegar aos cinemas nos próximos meses.

The Deaths of Ian Stone prometia ser um dos filmes de terror mais originais dos últimos tempos, mas parece ter ficado na promessa. Na trama um jovem é morto sucessivas vezes de formas cada vez mais bizarras. Exibido no começo do mês dentro do After Dark Horrorfest, o longa foi detonado pelo Mr. Disgusting, do site Bloody Disgusting.com (“zero scare, zero substance, zero creativity and zero value…” clique aqui para ler a crítica completa).

Teeth não é pra ser levado muito a sério. O filme escrito e dirigido por Mitchell Lichtenstein traz a bonitinha Jess Weixler como uma estudante cujo órgão genital possui afiados dentes. Exibido com sucesso nos festivais de Berlim, Sitges e Sundance, onde recebeu um prêmio especial do júri pela atuação de Jess.

O novo projeto de Eli Roth, diretor de O Albergue, também segue a linha horror/humor. Com o sucesso do seu Thanksgiving, trailer falso incluído nas sessões de Grindhouse, Roth decidiu produzir uma hora e meia de trailers de mentira. Trailer Trash será lançado no ano que vem, empurrando Cell, adaptação que o cineasta fará do romance “Celular” de Stephen King, para 2009. Veja abaixo a camiseta de Thanksgiving lançada pela NECA.

E a temporada 2008 promete ter muita coisa recauchutada. A palavra de ordem em Hollywood já há algum tempo é “remake”. Várias refilmagens estão em fase de pré-produção: Hellraiser, com a “bênção” do criador Clive Barker, que assina o roteiro da nova versão; Sexta-feira 13, assinado por Marcus Nispel (o mesmo da refilmagem de O Massacre da Serra Elétrica); Piranha, de Alexandre Aja (de Viagem Maldita, remake de Quadrilha de Sádicos); e, sacrilégio, Os Pássaros, com produção de Michael Bay (Transformers) e, segundo rumores, Naomi Watts (Cidade dos Sonhos) no elenco. Tippi Hedren (abaixo), estrela do original de Hitchcock já declarou que o novo filme é um “insulto”.

Aula de cinema infernal

O diretor Joe Dante (Piranha, Gremlins) uniu-se ao pessoal do The Nickels Group, uma empresa produtora de conteúdos para celular e internet, a fim de criar um dos sites mais legais destinados aos amantes do cinema, em especial dos chamados “filmes B”.

No Trailers From Hell, Dante e outros colegas cineastas comentam de forma bem-humorada trailers de pérolas da sétima arte.

John Landis (Lobisomem Americano em Londres e Irmãos Cara-de-Pau), por exemplo, fala sobre dois clássicos absolutos: Crepúsculo dos Deuses, dirigido por Billy Wilder em 1950; e Psicose (1960), uma das obras mais emblemáticas de Hitchcock.

É possível ainda conferir Allan Arkush, diretor de muitos episódios da série Heroes, discorrendo sobre Onde Começa o Inferno (1959), estrelado por John Wayne; ou assistir ao depoimento de Larry Cohen (autor dos fantásticos Nasce um Monstro – 1974 – e A Coisa – 1985) a respeito de Marnie – Confissões de uma Ladra, realizado por Hitchcock em 1964.

Eles anunciam outros trailers para breve. O que eu aguardo com maior ansiedade é o de Suspiria, clássico do terror assinado pelo italiano Dario Argento há 30 anos. Quem irá falar sobre o filme é Edgar Wright, diretor do hilário Shaun of the Dead (ou Todo Mundo Quase Morto, como foi lançado por aqui).